Quem nunca chegou em algum restaurante, se deparou com uma decoração super diferente e de cara quis fazer um story para mostrar aos amigos? Ou ainda, andando pelas ruas da cidade, se encantou com a forma como os trilhos do trem estavam pintados e achou aquilo o máximo? O que queremos dizer é: a presença da arte, seja ela qual for, na comunicação, é crucial para aqueles que querem “chamar a atenção” e proporcionar uma experiência nova ao consumidor. Arte e comunicação têm a ver e nós podemos provar ao longo deste post!
Primeiro, a arte e o artista.
Existem muitas definições para explicar o que é arte, mas podemos entender que é tudo aquilo que expressa algo. Uma música, um quadro, uma dança, uma fotografia ou até mesmo um espetáculo de teatro. Seja como for, a arte expressa e transmite uma ideia, um sentimento ou uma crença.
Segundo o artesão Marcelo Porto Sperb, mais conhecido como Lenko, “a arte é uma linguagem que não utiliza palavras. Apesar de não usar a palavra como recurso simbólico, transmite informação. Onde houver a mínima organização humana haverá arte, símbolos que contém informação… Haverá a necessidade de comunicação de valores. Como Sigmund Freud fala em Totem e Tabu: “no início de tudo, arte, cultura e religião nascem no mesmo momento, todas essas três instituições funcionam de maneiras interdependentes”.
E quem faz a arte? O artista, é claro. Para a professora de teatro Tanise Rosane Pacheco, o artista “além de entreter, fazer refletir, ser um crítico e sobretudo resistir a tudo o que acontece, é também um grande viés terapêutico. Acredito que sempre foi assim, mas atualmente os tabus quanto a terapia estão caindo. As pessoas estão evoluindo sobre falar como se sentem, buscando compreender suas emoções. Eu vejo a complexidade de ser artista hoje quando isso se torna um pilar que sustenta a inteligência emocional do mundo e isso ficou ainda mais claro na pandemia. Se não fosse a arte, estaríamos mais doentes que nunca. A arte está nas redes sociais, no streaming, na canção que se escutava de uma sacada, de algum artista desconhecido ou até de famosos que se motivaram a gratuitamente levar vida em meio ao caos”.
O artista Anderson Neves enxerga o trabalho da arte como de extrema necessidade à vida, pois “o artista é quem mostra o óbvio para a sociedade que vive adormecida, a arte é o que revela o presente e o futuro”. “Sendo um artista, vejo que somos vistos como loucos ou a frente do nosso tempo. Pode ser que estejam corretos ou não, mas pessoalmente creio no aqui e agora, na forma de uma comunicação onde a arte é uma linguagem universal que está dentro de todos nós”, reforça Anderson.
As artes visuais na comunicação
Através da arte podemos nos comunicar. Então como não dizer que arte e comunicação andam juntas? Comunicar também é uma arte, pois através dela nos expressamos e contamos nossa história – ou a do nosso negócio. Mas a junção da arte visual, por exemplo, com o marketing, pode tornar ainda maior o significado desta história. E para falar mais sobre esse tema, reunimos profissionais da área artística que através das suas experiências vivenciaram esta fusão de arte e marketing.
Lenko complementa esta ideia de arte na comunicação lembrando de projetos de grandes marcas. “Se você prestar atenção, por via de regra, todo o melhor empreendimento conta a melhor arte e os melhores artistas. Todo melhor empreendimento usa da melhor arte. É necessária a comunicação não verbal, em diversos níveis de consciência. Seja para transmitir confiança, credibilidade, cuidado… Acredito que todo indivíduo tome decisões estéticas, perceba ele ou não: a cor do carro, a aparência do seu notebook, o corte de cabelo, as roupas que usa, o interior das habitações… Todos esses exemplos são tomadas de decisões estéticas, são símbolos que contém informação, para a comunicação humana”.
O artista de graffiti Rafael Jung já participou de uma série de intervenções artísticas em parceria com grandes marcas, e o motivo pelo qual ele considera importante essa junção está no modo como o consumidor enxerga isso. “Está todo mundo cansado de ver banners e propagandas, então quando tu insere algo que seja mais artístico, tem uma grande valorização tanto no próprio negócio de quem está investindo na arte, quanto das pessoas que estão vendo”, comenta Jung.
Com mais de 20 anos de carreira na arte, Rafael Jung trabalha diretamente com o graffiti e suas obras trazem cor e diversão a lugares públicos e privados, sempre em parceria com empresas e instituições. Motivo de inspiração? Para ele, “a arte tem o poder de transformar a sociedade, porque cor é vida”.
E em transformação, lembramos do propósito que toda empresa deve ter em seu raio-x. O que a sua marca quer dizer para o público? Você está se comunicando da maneira certa? Será que agregar cores e formas não pode ajudar?
Bruno Schilling, muralista, artista visual e designer de abstracionismo, considera que a arte é uma atividade que consegue sensibilizar o olhar, promover mudanças e impactar o dia a dia das pessoas. E esse também não é o objetivo da grande maioria das empresas, nos dias de hoje? Impactar e mudar positivamente o mundo. Por que, então, não unir artes visuais e marketing? “Através de cores e formas conseguimos agregar a empresas e marcas um certo caráter único, que é o que os artistas visuais têm em sua essência”, explica Schilling.
Como unir arte e marketing?
Falar sobre a importância da arte e o poder de transformação que ela tem, é fácil. Agora, como aplicar isso no marketing do seu negócio? A professora de teatro Tanise Rosane Pacheco dá duas dicas importantes de como inserir a arte no processo criativo da sua empresa:
- Perceba o que as pessoas precisam agora: serem escutadas, para que haja acolhimento. É importante fazer as perguntas certas antes de querer chegar com a resposta.
- Descubra primeiro para quem você precisa passar uma mensagem. Faça a pergunta e deixe que o público tenha o privilégio de dizer o que precisa.
Para a professora, é a partir daí que a arte entra com assertividade. “(a arte) Mexe com partes que a gente nem sabe que existem ou que estavam lá. A arte sabe fazer a pergunta e o essencial: sabe escutar e ler as respostas. Através do lúdico quebramos todas as paredes e a arte tem essa “marreta”, completa Tanise.
Por fim, lembremos de todos os comerciais e campanhas de Natal e datas comemorativas e de como aquilo trouxe emoção e sentido ao nosso dia. Lembre-se de espaços públicos ou até mesmo privados em que você esteve e que te marcaram visualmente. Isso é arte e ela pode comunicar muito além do que imaginamos. Enxergue diferente!